Um conjunto de ações para geração de emprego e renda à população carente, aliadas à preservação ambiental, é desenvolvido em Sumaré, um dos municípios mais populosos da Grande Campinas, no Interior de São Paulo, através da reciclagem de lixo. O plano piloto do novo sistema é desenvolvido por meio de uma parceria entre instituições públicas, entidades da sociedade civil organizada e o setor privado.
A coleta seletiva de lixo será implantada durante o próximo mês no bairro Parque Vereador Euclides Miranda, o “Cecap”, e servirá como referência e capacitação para a população, instituições, entidades e empresas envolvidas no projeto. O plano piloto terá ênfase no caráter educativo do projeto, de importância social e ambiental.
Um dos objetivos é promover a inclusão social dos catadores de lixo, para possibilitar a conquista de dignidade e melhores condições de vida. Famílias de baixa ou nenhuma renda são o “foco social” do trabalho. Por outro lado, o benefício social oferecido para toda a população é a redução do lixo gerado no município.
Sem a reciclagem, a maior parte do material produzido nas residências, comércio, indústrias e hospitais, por exemplo, depende de ser depositado em um aterro particular. Os aterros sanitários, além de limites de capacidade, geram despesas que podem ser reduzidas com o desenvolvimento do novo sistema.
Inicialmente o apoio é à cooperativa de reciclagem “Cooper Sumaré”. A partir do projeto experimental, o apoio às cooperativas fará com que este tipo de trabalho possa expandir através da abertura de novos núcleos. É desta forma que haverá geração de emprego com responsabilidade civil e amparo legal.
Com o apoio da Ademas (Associação de Defesa do Meio Ambiente de Sumaré), Ampema (Associação de Moradores do Parque Euclides Miranda e Adjacências) e Projeto Reciclar 2000, o plano piloto será implantado no bairro que conta com 248 residências, duas escolas públicas, uma Emeis (Escola Municipal de Educação Infantil), duas praças, um riacho com APP (Área de Preservação Permanente) e aproximadamente 1.000 habitantes.
No lançamento do projeto piloto, como parte do programa de educação ambiental, haverá uma peça teatral encenada pelos artistas da entidade filantrópica Sociedade Humana Despertar (SHD). Haverá carro de som para divulgação do trabalho no bairro, distribuição de panfletos explicativos e com o calendário da coleta.
Para o funcionamento do sistema haverá distribuição de sacos para que em todas as casas sejam utilizados como depósitos para acúmulo do lixo. No momento da coleta, será trocado por um outro vazio. Também haverá visita dos colaboradores às residências para explicações sobre como será a coleta e que material pode ser separado.
Os agentes e colaboradores do projeto também prestarão contas do projeto quando fizerem vistas às residências e empresas, darão treinamento e buscarão otimizar o trabalho. Como parte da educação ambiental, as escolas do bairro serão alvo de palestras para que as crianças entendam o projeto e sejam agentes de divulgação e fiscalização.
Sumaré produz diariamente pelo menos 116 toneladas de lixo, que são depositados em um aterro em Paulínia, outra cidade da região de Campinas. O custo é de R$ 42,00 por tonelada. O projeto visa reciclar 30% dessa quantidade.
Desta forma, Sumaré chegará a 900 toneladas por mês de material reutilizável e reciclável, que também significa menos 900 toneladas de lixo por mês. Além do impacto social, com geração de emprego e renda, criação de uma consciência de preservação ambiental, a economia projetada é de R$ 38 mil mensais.